Mãe e padrasto da vítima foram presos temporariamente no último sábado (19). Justiça expediu o mandado de prisão por homicídio qualificado; caso foi registrado em Penápolis (SP).
Bebê foi levada morta para o pronto-socorro Penápolis — Foto: Arquivo pessoal
A bebê de 1 ano e 3 meses que foi levada morta para o pronto-socorro de Penápolis (SP) sofreu hemorragia interna aguda, trauma abdominal e laceração no fígado, segundo apontou o laudo do Instituto Médico Legal (IML).
O caso veio à tona na última segunda-feira (14), quando a médica do pronto-socorro notou que a vítima apresentava rigidez cadavérica, marcas roxas pelo corpo e dilaceração do ânus.
A profissional decidiu acionar a Polícia Militar após notar as supostas marcas de violência física e sexual.
De acordo com a delegada da Delegacia da Defesa da Mulher (DDM) de Penápolis, Thaisa da Silva Borges, a laceração no fígado da vítima foi provocada por um instrumento contundente.
“Poderia ser em virtude de agressões provocadas pelos próprios investigados. Eu que acredito que seja isso”, disse Thaisa durante coletiva de imprensa concedida na tarde desta segunda-feira (21).
Conforme a delegada, o resultado do exame que vai apontar se a criança foi realmente vítima de violência sexual ainda não saiu, mas a previsão é de que fique pronto dentro de 30 dias.
“Não posso afirmar, com a devida certeza, se houve abuso sexual. Essa conjectura foi levantada em virtude da ficha de atendimento médico do pronto-socorro. Em virtude disso, foram colhidos materiais biológicos e encaminhados para a Polícia Científica de São Paulo, e o laudo, definitivo, não chegou.”
PEDIDO DE PRISÃO
No último sábado (19), a Polícia Civil prendeu a mãe e o padrasto da bebê por suspeita de homicídio qualificado. Os dois se apresentaram junto dos advogados na delegacia de Araçatuba (SP).
Segundo Thaisa, o pai e a madrasta deram a entender que a criança tinha caído de um berço. Posteriormente, alegaram que a bebê fazia tratamento para anemia.
“Há indicações de que os investigados estariam levando a criança para Promissão. Ela realmente estava com a doença, mas as lesões ocasionadas não são resultantes desse tipo de patologia.”
Horas antes da prisão da mãe e do padastro, o pai biológico da criança e moradores de Promissão (SP) e Penápolis (SP) fizeram um protesto pacífico.
Manifestação foi feita em carreta pelas ruas de Penápolis — Foto: Ivan Ambrósio/Jornal Interior
INDÍCIOS DE VIOLÊNCIA
A vítima deu entrada no pronto-socorro de Penápolis sem vida no último dia 14 de fevereiro. Segundo o boletim de ocorrência, a criança chegou ao local com rigidez cadavérica, diversas marcas roxas e dilaceração do ânus, aparentando violência sexual.
Ainda conforme o registro, a mãe e o padrasto da criança foram questionados sobre o ocorrido. Ambos alegaram que colocaram a criança para dormir no dia 13 de fevereiro e perceberam que a menina estava morta somente na manhã do dia seguinte.
A médica responsável por receber a menina, que foi levada por uma ambulância do Corpo de Bombeiros ao hospital, acionou a Polícia Militar após notar os sinais e suspeitar da versão apresentada pela mãe.
O policial que atendeu a ocorrência conversou com o Conselho Tutelar e descobriu haver diversas denúncias de maus-tratos envolvendo a vítima. A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Penápolis segue investigando o caso.