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Casal de pastores e filho são presos acusados de matar mulher e destruir corpo

Vítima teria um relacionamento amoroso com o filho do casal, porém, o sentimento não era recíproco por parte do investigado.

CASAL Ele tem 44 anos, ela tem 43, e os dois moram no bairro Alto, em Birigui. Eles estavam em um carro com placas de Aracaju (SE), quando foram abordados - Foto: Divulgação


A Polícia Civil de Araçatuba (SP), prendeu na última sexta-feira (25), um jovem de 25 anos, acusado de participar do assassinato de uma mulher em junho de 2020, no Estado do Sergipe.


O jovem é filho de um casal de pastores evangélicos, que residia em Birigui e também foi preso pela Polícia Militar Rodoviária. A vítima foi acolhida pela família e teria passado a viver em situação análoga à de escravo, sendo forçada a trabalhar para eles. Ela teria sido torturada até a morte. O corpo segue desaparecido.


Após a prisão do casal, equipe da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) iniciou os contatos com o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) no Estado de Sergipe. Após colheita de informações, o jovem foi identificado como participante dos crimes.


Ele foi preso pelo GOE (Grupo de Operações Especiais) na última sexta-feira (25), na casa de um pastor evangélico, em Araçatuba. Apresentado no plantão policial, o investigado seria ouvido por meio de videoconferência pelo delegado responsável pelo inquérito.


DESDOBRAMENTO

Uma equipe do GOE cumpriu um mandado de busca em Birigui e apreendeu o celular do jovem investigado. O aparelho foi encaminhado para perícia. Durante o cumprimento do mandado judicial, a polícia encontrou outro jovem que teria testemunhado os crimes, o qual também foi ouvido pelo delegado responsável pelo caso.


Os investigados devem ser recambiados para o Estado de Sergipe para serem ouvidos. Com as prisões, a polícia espera conseguir encontrar o corpo da vítima, que segue desaparecido.


HISTÓRICO

O casal de pastores teria histórico de agressão e exploração de jovens, que seriam obrigados a vender doces e outras mercadorias na rua para arrecadar dinheiro para o benefício deles.


Os três tiveram os mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça de Sergipe por suspeita de participação na morte de uma mulher de 35 anos. O crime ocorreu em junho de 2020, na casa onde eles residiam, em Aracaju.


CASO AMOROSO

De acordo com a polícia, a vítima se apaixonou pelo filho do casal, e teria sido acolhida pela família. Apesar de estar em um relacionamento amoroso em que o sentimento não era correspondido por parte do investigado.


Com o tempo, a mulher passou a ser explorada, vivendo em condição análoga à de escrava. Segundo informações divulgadas pelo delegado responsável pelo caso, o mesmo acontecia com grupos de jovens que frequentavam a igreja, que seriam obrigados a vender doces nas ruas para arrecadar dinheiro para a igreja, mas que na verdade ficaria com o casal.


Esses jovens também seriam agredidos fisicamente e alguns deles, que já foram identificados pela polícia, têm cicatrizes, inclusive no rosto, causadas por objetos arremessados pela pastora, que seria uma pessoa muito violenta.


INVESTIGAÇÃO

O caso passou a ser investigado pela polícia após a família da vítima registrar o boletim de ocorrência comunicando o desaparecimento dela. A investigação teve início pela delegacia do bairro onde foi registrado o desaparecimento e o inquérito na DHPP foi instaurado em novembro do ano passado.


O caso só começou a ser esclarecido após a prisão dos pastores. Ele tem 44 anos, ela tem 43, e os dois moram no bairro Alto, em Birigui. Eles estavam em um carro com placas de Aracaju (SE) e, devido ao veículo ser de outro Estado e pelo horário avançado, aproximadamente 3h da manhã na última quinta-feira (24), os policiais militares rodoviários resolveram consultar o emplacamento na base.


Apesar de o carro estar regular, o proprietário constava como procurado. Foi feita a abordagem e constatado que o proprietário do veículo era o condutor, o pastor investigado.


Em consulta ao site do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) foi constatado que a companheira dele, que estava no banco traseiro do veículo, também tinha contra ela um mandado de prisão temporária por 30 dias em aberto.


Ele foi expedido no dia 3 deste mês pelo TJ-SE (Tribunal de Justiça de Sergipe) e o local da ocorrência constava como Aracaju. O crime investigado era homicídio. Segundo a polícia, a pastora não apresentou o número de RG, que também não foi encontrado pelos sistemas policiais.


Os dois foram conduzidos ao plantão policial e o pastor da igreja que eles frequentam em Birigui esteve na delegacia, sendo comunicado da prisão de ambos. Um advogado também foi cientificado da captura dos procurados.


Com a prisão do casal a Deic (Divisão Especializada em Investigações Criminais) de Araçatuba iniciou o contato com a Polícia Civil de Sergipe e foi informada pela DHPP que também havia um mandado de prisão contra o filho do casal.


No início da manhã desta sexta-feira (25), equipe do GOE (Grupo de Operações Especiais) esteve em uma residência em Birigui, para dar cumprimento ao mandado de prisão, mas o jovem não foi encontrado. Na casa estava um irmão dele, que autorizou uma vistoria no imóvel e um celular foi apreendido.


SEGUIMENTO

Os três investigados devem ser enviados para Aracaju para andamento do inquérito. O delegado espera que, com as prisões, os investigados levem a polícia até o local onde os restos mortais provavelmente estão enterrados para que possam ser resgatados e enterrados de forma digna pela família.


Ele fez questão de enaltecer o trabalho da Polícia Civil de Araçatuba, que se empenhou para conseguir encontrar o filho do casal, auxiliando na investigação. Sobre a exploração e agressões aos jovens que frequentariam a igreja, o delegado informa que já há um procedimento em andamento no DAGV (Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis) de Aracaju, que é composto por quatro delegacias que atendem mulheres; crianças e adolescentes; idosos e deficientes; LGBT, negros e vítimas de intolerância religiosa.

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