Após a prova, Átila vê salário do cargo dobrar através de aliados na Câmara Municipal.
Por Redação | 28/12/2024 • 23h26
![](https://static.wixstatic.com/media/5d793a_1e6ffdc5726d4e10b3b632250ee37308~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_653,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/5d793a_1e6ffdc5726d4e10b3b632250ee37308~mv2.jpg)
Átila Ramiro Menezes Dourado, prefeito de Mirante do Paranapanema. — Foto: Redes Sociais
O prefeito de Mirante do Paranapanema (SP), Dr. Átila Ramiro Menezes Dourado (PSDB), foi aprovado em 1º lugar no concurso público para médico do trabalho, realizado no último domingo. Um dia após a prova, a Câmara Municipal, composta majoritariamente por aliados do gestor, aprovou o aumento salarial do cargo de R$ 7.600 para quase R$ 15.000.
A medida gerou grande repercussão na cidade, especialmente após a divulgação oficial dos resultados em documento assinado pelo próprio prefeito, com a determinação: “Registre-se. Publique-se. Cumpra-se”.
O edital do concurso foi lançado no final do mandato de Dr. Átila, prevendo uma carga horária de 10 horas semanais para a posição.
Casos semelhantes no país
Em 2016, no município de Cristal do Sul (RS), um concurso público aprovou 26 candidatos, dos quais 23 eram parentes, amigos ou integrantes do partido do prefeito César de Pelegrin (PMDB) ou da vice-prefeita Maristela Zadinello (PDT). Entre os aprovados estava a filha do prefeito, que obteve o primeiro lugar para o cargo de fisioterapeuta, superando 36 concorrentes. O Ministério Público do Rio Grande do Sul investigou o caso para apurar possíveis fraudes no concurso.
Em outro caso, o prefeito de Jauru (MT) foi investigado por nomear candidatos aprovados em concurso público durante período vedado, próximo ao final de seu mandato em 2020. O Ministério Público de Contas instaurou procedimento para apurar a legalidade dessas nomeações, uma vez que o gestor não obteve êxito em sua reeleição.
A repercussão em Mirante do Paranapanema (SP)
O prefeito eleito Eduardo Piazzalunga (PSB), que assumirá o cargo em janeiro, criticou fortemente o concurso e o aumento salarial. “Ele criou o concurso, fez a prova e, no dia seguinte, dobrou o salário do cargo. Isso precisa ser esclarecido para a população”, afirmou Piazzalunga.
Dr. Átila defendeu sua participação no processo, argumentando que não há irregularidades e que sua inscrição foi respaldada por parecer jurídico. “Se eu passar, a convocação será uma decisão do próximo gestor. Meu objetivo foi regularizar a situação e atrair profissionais para o município”, disse o prefeito em entrevista anterior.
Confira o documento na íntegra: