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Ex-deputado Roque Barbieri é condenado por disparo contra vendedor após 29 anos

Foro privilegiado atrasou decisão judicial. Vítima ficou com debilidade permanente.


Por Redação | 28/12/2024 • 11h19

Roque Barbieri durante o exercício de seu mandato como deputado estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo. — Foto: José Antonio Teixeira


Birigui (SP) – O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o ex-deputado estadual Roque Barbieri (Avante) a um ano de reclusão em regime aberto, pena convertida em prestação de serviços comunitários, pelo disparo de arma de fogo que feriu gravemente o vendedor de cachorro-quente Aparecido Miguel de Almeida em maio de 1995. O crime ocorreu em Birigui, no interior de São Paulo, quando Barbieri estava em seu primeiro mandato como parlamentar na Assembleia Legislativa.


Conforme os autos do processo, Barbieri efetuou o disparo com uma pistola semiautomática ao suspeitar que a vítima, que voltava de bicicleta do trabalho, estivesse envolvida no roubo a um vigia noturno. A defesa sustentou que o ex-deputado agiu em "legítima defesa putativa", acreditando erroneamente que Aparecido possuía os pertences roubados. No entanto, a Justiça considerou a reação desproporcional e descartou provas que indicassem agressão por parte da vítima.


O vendedor relatou ter sido abordado por Barbieri e outros ocupantes de um veículo após o disparo. "Eu não tenho carteira nenhuma, pode me revistar, eu vivo do meu trabalho", declarou em depoimento. O tiro causou sequelas permanentes na perna esquerda de Aparecido.


A demora no julgamento do caso foi atribuída ao foro privilegiado usufruído por Barbieri enquanto exercia o mandato de deputado estadual, suspendendo o andamento do processo por vários anos. Ele foi deputado por oito mandatos consecutivos e é conhecido na política paulista por episódios polêmicos, incluindo acusações de corrupção e atitudes intempestivas, como em 2022, onde o ex-deputado disparou uma arma dentro do diretório estadual do PSDB, em São Paulo, após se irritar com o atraso de uma reunião com o presidente do partido. O caso foi registrado pela Polícia Civil como disparo de arma de fogo e encaminhado ao Tribunal de Justiça.


A sentença reacende o debate sobre a morosidade da Justiça em casos que envolvem figuras públicas. Cabe recurso da decisão. Barbieri, agora com 72 anos, não se pronunciou publicamente até o fechamento desta matéria.

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