Vítima, que cuidava dos filhos da acusada, formalizou queixa após insultos racistas.
Por Redação | 21/10/2024 • 14h40
Delegacia de Polícia do Município de Birigui (SP) . — Foto: Arquivo
Birigui (SP) – Uma mulher de 38 anos foi presa em flagrante no último domingo (20), acusada de racismo ao chamar uma vizinha de “macaca”. O incidente ocorreu no bairro Residencial Manuela, por volta das 21h, quando policiais militares foram acionados para atender uma ocorrência de desentendimento familiar envolvendo o filho da investigada, de 11 anos, que havia fugido de casa.
Segundo o boletim de ocorrência, a vítima, que cuida ocasionalmente dos filhos da investigada, abrigou a criança e, ao se aproximar dos policiais com o menino, foi ofendida pela mãe dele, que a chamou de "macaca" repetidas vezes. A vítima, indignada com o ataque, decidiu registrar queixa contra a vizinha, configurando o crime de racismo previsto na Lei 7.716/1989, alterada recentemente para tornar a injúria racial equivalente ao racismo.
Em depoimento à polícia, a acusada admitiu ter ofendido a vizinha, justificando o ato como um momento de raiva. Ela alegou que estava irritada porque, três dias antes, a vítima teria quebrado o portão de sua casa. Mesmo assim, a mulher afirmou não se arrepender do que disse.
O delegado Eduardo Lima de Paula, que conduziu o caso, decretou a prisão em flagrante, explicando que o crime de racismo é inafiançável. A mulher foi encaminhada à audiência de custódia, onde teve a prisão relaxada, podendo responder ao processo em liberdade, desde que cumpra medidas cautelares, como não sair do município e não manter contato com a vítima.
O caso gera preocupação na comunidade de Birigui, reforçando a gravidade de crimes raciais e a importância de medidas legais rigorosas para combater o preconceito racial.